Trata-se de um ser humano nascido com um dom especial:
o de sentir o outro!
O poeta é aquele capaz de ler o que se esconde atrás do sorriso,
É capaz de identificar a alma que pede para ser desvendada,
O que sabe ler o rosto quando tenso e quando feliz.
Enxerga para além dos olhos,
Para além do toque,
Para além dos sentidos.
É o poeta aquele que põe em movimento todos os sentimentos possíveis,
Aquele que toca em feridas tão grandiosas.
Todavia, por suas palavras, faz perceber quão ínfimas elas são diante da grandeza da vida.
O poeta diz coisas altivas,
Mas é na pequenez de suas palavras
que consegue adentrar o universo chamado sentimento.
O poeta se sente poeta,
Porque no fundo sabe que seus olhos revelam o mais lindo dos poemas.
Em sua meninice, brinca de ser adulto.
Em sua maturidade, brinca de ser menino.
O poeta não escreve poemas,
pois sabe que dentro dele urge que sejam escritas todas as palavras
as quais vai colhendo pelos prados por que passa,
pelas veredas que atravessa.
Assim, não escreve, de modo algum, poemas,
antes, porém, o poeta escreve em palavras o sentir, o viver, o agir,
e consegue, em sua plenitude, descrever cada ocasião
com um cuidado e uma maestria tão grandes que,
ao ler o poema, é possível trilhar pelos mesmos caminhos
ou melhor ainda, sentir o desejo fremente de mudar de direção,
converter os passos rumo à poesia que se mostra tão sedutora
e pede para ser desvendada.
Qual a utilidade do poeta diante da vida?
Ora, a essa pergunta a resposta é sem dúvida:
O poeta é a vida em palavras,
É a alegria que pulsa,
A percepção que tenta se ocultar no homem,
A lágrima que insiste em ficar,
O sorriso que deseja saltar.
Poeta, poeta, muito mais do que ser poeta,
É você o domador de palavras,
O arquiteto do sentir,
O engenheiro do amor!